queria ser poeta

Dialéticas Trotskista unificado Maoísta invertebrado Anarco bolchevique Luxemburguista centralizado Gramsciniano sem bloco na rua Meszaros sobre a mesa Quarta parede, quinta coluna Não sei se viro poeta Ou se organizo uma Comuna                   Wilson Borges

Amor chuveiro Escrevi com os dedos No espelho do banheiro O seu nome junto ao meu Dentro de um coração Nosso amor é assim Desaparece quando esfria Reanima quando aquece                   Wilson Borges

Haicai VII Em tela tropical E pinturas em aquarela Só a Palmeira é real Haicai VIII Carnaval com doses de Askov Até quarta feira de cinzas Entro pros Irmãos Karamazov Haicai IX Descaso ao acaso Depois do beijo e do carinho Vem sempre um tanto de catarro

Asas da imaginação Um sabiá laranjeira Visita sempre meu quintal Ele tem uma asa quebrada Que não o deixa voar pelo mundo Sempre que o vejo pela manhã Após uma noite de tempestade Me bate uma alegria indescritível Como deveriam bater suas asas pelo céu E ele vai saltitando de lado como malandro Fugindo de mim com vôos curtos e baixos Como quem acha que fez o que não deveria Ou que na surdina furtou algo sorrateiro Quem sabe um pouco de ração Que meus cachorrinhos deixaram lá fora Acredito que pra poder lhe caçar Ou talvez só para me fazer feliz de vê-lo  Mas ele não sabe de nada disso Enquanto escapa da minha vista Como se eu fosse um predador faminto E não sou nem Chiquinho e nem Todynho Que apesar de sempre o assustar Não conseguem mais nem matar o tempo Mas para falar desse sabiá laranjeira Melhor ir direto ao assunto O fato é que toda vez que o vejo Amando a vida e dando seus pulos Me pergunto com alegria e satisfação Será que ele imagina...

Por uma outra volta no parafuso ou Art in off pop II Bombeiros incendiários Teletelas de Grande Irmão Porcos no comando Não era esse o sonho de verão Somos todos Severinos Baleias caçando preás no sertão do Piauí Plantas no asfalto de Macabéa Baratas de Kafka no planeta Exupery Poderia ser fábula de La Fontaine Mas é morte de Ivan Ilith É família de Guarnieri Matador de Patrícia Melo Estamos sofrendo como o jovem Werther Como no retrato de Dorian Gray Temos coração no meio das trevas E muitas poesias pra escrever                          Wilson Borges

Brasil mostra sua cara Esquerdopata Bolivariano Lulopetista Médico cubano Feminazi da gaystapo Abortista da macumba Defensor de bandido Marginal-leva-pra-casa Petralha vai pra Cuba Comunista maconheiro Chavista Seu Madruga Terrorista cirandeiro Arroba de quilombola Indígena sem nada demarcado Do tipo que ninguém dá bola Pois não tem cheiro de mercado O Brasil não é pra amadores Pátria armada sem nação Nao tem cravo, não tem flores Ame ou fique sem noção                        Wilson Borges