No mundo da lua
No mundo da lua
Tem eclipse que demora
Que se aguarda por anos e anos
E enquanto o tempo passa
Seguimos caminhando e cantando
Contraditoriamente
Parados
E prosseguimos
Por vários finais de semana
Em assembléias acaloradas
E mesmo com tanta frieza
Não passamos um único dia
Calados
Perdemos a conta de quantas vezes
Por três dias e três noites
De boemia burocrata
Só debatemos e andamos praticamente
De lado
Marcamos cedo, chegamos tarde
Falamos muito
Gritamos muito e sem parar
Mas continuamos tristemente
Isolados
As ruas viraram nosso lar
E por isso não temos casa
Assim vivemos de sala em sala
De bar em bar
De par em par
Sem que isso mude alguma coisa
De fato
Viajamos um mundo
Que conhecemos pouco
Nada para além do sufoco
que compartilhamos juntos
Nos trens das cidades
Quase sempre
Lotados
E são estes mesmos trens e cidades
Que incendiamos juntos
Quando o sol nasce
E o povo se levanta
E viramos uma só
Classe
Mas fora desses dias
É cada um no seu quadrado
Pois do espaço onde vivemos
Não convivemos
Com a massa cinza dos campos e cidades
Que nos olha de longe
E não se sente representada
Pois somos e agimos
Como verdadeiros
Lunáticos
Wilson Borges
Tem eclipse que demora
Que se aguarda por anos e anos
E enquanto o tempo passa
Seguimos caminhando e cantando
Contraditoriamente
Parados
E prosseguimos
Por vários finais de semana
Em assembléias acaloradas
E mesmo com tanta frieza
Não passamos um único dia
Calados
Perdemos a conta de quantas vezes
Por três dias e três noites
De boemia burocrata
Só debatemos e andamos praticamente
De lado
Marcamos cedo, chegamos tarde
Falamos muito
Gritamos muito e sem parar
Mas continuamos tristemente
Isolados
As ruas viraram nosso lar
E por isso não temos casa
Assim vivemos de sala em sala
De bar em bar
De par em par
Sem que isso mude alguma coisa
De fato
Viajamos um mundo
Que conhecemos pouco
Nada para além do sufoco
que compartilhamos juntos
Nos trens das cidades
Quase sempre
Lotados
E são estes mesmos trens e cidades
Que incendiamos juntos
Quando o sol nasce
E o povo se levanta
E viramos uma só
Classe
Mas fora desses dias
É cada um no seu quadrado
Pois do espaço onde vivemos
Não convivemos
Com a massa cinza dos campos e cidades
Que nos olha de longe
E não se sente representada
Pois somos e agimos
Como verdadeiros
Lunáticos
Wilson Borges
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