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Mostrando postagens de maio, 2018

Todo poder

Todo poder Desde o início Sou o primeiro E sou o único que fala por aqui E se eu quiser Ninguém come amanhã E ninguém dorme amanhã Se eu quiser ouvir uma canção Os ataques não vão parar Desde que nao seja por aqui As bombas que explodam Que se explodam que explodam, que se foda E eu posso até te ajudar A se levantar Mas você vai ter que me pagar Porque eu posso tudo Mas vou saber Cobrar Todo poder nas minhas mãos Porque eu posso tudo Mas vou saber Cobrar (parceria com Felipe Kietzman)

Remar com fé eu vou

Remar com fé eu vou Meu paralelo em alegria Se cruza em Umarizal Deixei minha última lágrima em Belém do Pará Onde nasceu um enorme açaizal E dentro de um Sobrado em Santa Izabel Uma parte de mim permanece aquecida Nas lutas da esquerda e nas teorias de Kardec Minha Pequena história se acabou adormecida Mas remar com fé eu vou Que a água barrenta do Rio Sempre deságua no mar.

Tamara

Tamara A primeira vez que vi Tamara Não foi a primeira vez que vi Tamara A gente nunca tinha se visto Mas já vivia de mãos dadas A primeira vez que vi Tamara Já a conhecia de outras paradas De muitas poesias, prosas E palavras cantadas A primeira vez que vi Tamara Eu já a amava, isso estava na cara E como um sem-teto que ocupa Fiz dela minha casa A primeira vez que vi Tamara Foi também a segunda, a terceira e a quarta Mas um dia como se despertasse de um sonho como se fosse um dos  fins dos antigos contos de fadas Descobri que na verdade nunca vi Tamara Procurei tanto idealizada Que acabei inventando Tamara  E se o poeta Cazuza me disse  Que nosso amor a gente inventa O poeta Leminski me disse Que é melhor encher a cara

Três ou sete

Três ou sete Um leão na natureza Vive 13 anos Um leão em cativeiro Vive 20 anos Qual vive mais?

Palavras

Palavras Palavras ao vento vão Palavras como sociedade Palavras que chamam o socialismo Pá lavra que quer reforma agrária Ares Mares E bares Santos Putos  E putas tudo começa e termina Com poesia

Só quero Mar e Ilha

Só quero Mar e Ilha Seu nome é Gabriela No clichê dizem Cravo e Canela Mas para mim é só Pitica Não para rimar com Marília Senão diria Bello Alegria que contagia E se veste de amarelo

Solidão em noites de sábado

  Solidão em noites de sábado Escrevo porque estou bêbado Estou bêbado de tão sóbrio E na confusão desse momento Larguei a caneta e peguei meu contrabaixo Rabisquei uma partitura E toquei com toda força Acordei a vizinhança Recalcada chamou a polícia Na mais triste sonolência No silêncio da madrugada Me deliciei numa ressaca Quando o sono bateu forte Tive enfim uma resposta Não era música e não era poesia Não era sonho nem era pesadelo Nem dor e nem prazer Nem ferida que alivia O que não me deixava dormir Era um grito afobado De amor

O cidadão de bem

O cidadão de bem O cidadão de Bem É o que protesta de branco Mas que não é pela paz Que só com sangue vermelho  De preto Vertido no chão  Se satisfaz Que derrama a seiva das matas E diz "tanto faz" Que rói continentes e povos em busca de ouro De amarelo Fugaz Que de verde e amarelo se veste Destila seu ódio Em nome de um amor que não vai Que segura sua bíblia com fé Mas que para Jesus Só teria outra cruz  Para lhe pendurar

Para Gabriela e Ben Hascomb

Para Gabriela e Ben Hascomb Teu Cabelo é mata virgem El Dorado emaranhado Meu coração também só existe ali

Queria ser poeta

Queria ser Poeta Eu queria escrever uma poesia concreta Daquelas que você lê enquanto desperta Eu queria ser um poeta parnasiano Mas sempre me achei muito mediano Eu queria escrever uma poesia romântica Mas sempre achei isso um pouco redundância Eu queria ser um poeta moderno Mas sou do tipo que não escreve sobre inverno Eu queria ser um poeta de luta Mas em vez de barricadas escrevo sobre a lua Eu queria ser um poeta de cordel Mas esse plano nunca saiu do papel Eu queria escrever uma poesia marginal Mas cansei de fumar tabaco no jornal Eu queria ser um poeta maldito E nesse ponto acho que fui bem sucedido