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Mostrando postagens de março, 2025

Passos vagos

Passos vagos Caminhando  Em passos vagos Descompassados Seguindo meus sapatos Grãos de vidro São pedaços  De outros Embriagados  Se eu me ralar nesse rio Frio e áspero  Se eu mergulhar  Na superfície do asfalto Saberei dos cristais  De brilho encrustado  Que nunca se vê  Sobre passos sóbrios Eu que bem sei Um cristal vai brilhar Onde estiver Como eu Pois o mundo só me dedicou  Tão somente os seus pés 

Sem receita

Sem receita  Passa o dia e passa o mês  E passa dois e passa três  Mas se amplia e passa quatro  Seria Santa Rita No interior de São Paulo  O tempo não avança e nem recua Não bate e nem desperta Esse meu relógio sem ponteiro E essa volta que não fecha Um coração  Dois corações  Mas se caso fossem três ou quatro Seria Minas Gerais Ou café pequeno mal coado Porém é só minha dor seca Dentro de uma garrafa boiando no oceano  Com pedido de salvação na sarjeta  E de tarja preta sem receita