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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

Chuva de verão

Chuva de verão    Saí sem guarda-chuva Pois agora a pouco estava sol Mas a Defesa Civil não me defendeu E agora pinga Pinga  E pinga Chove lá fora  Aqui dentro também  E agora estou sem certeza ou cerveja E agora pinga Pinga E pinga Melhor guardar o celular Pois senão posso perder A  poesia que fique pra lá E agora pinga Pinga  E pinga O celular pode pifar E eu também  Poderia chover granizo  Mas só pinga Pinga E pinga Agora eu me pergunto  Onde será que está seu coração? Poderia me dar uma resposta seca Mas só pinga Pinga E pinga                        Wilson Borges  

Interlúdio em dor maior

Interlúdio em dor maior O nosso Romance que se perdeu Começou com um Prefácio  Mas o Índice era apenas imaginário  Em nossa Novela, eternamente bela A Introdução nunca passou De um Prelúdio do fim Em nosso Conto, apenas um ponto: As Considerações Finais Chegaram cedo e tarde demais Em nossa Canção  Na busca de uma sílaba tônica  Acabamos em uma síncope morna Em nosso Drama Histórico A conjuntura de lama  Nos sujou de cândida  E em nossa Poesia Nesse eterno Teatro de Vanguarda  O Posfácio veio rápido demais  Mas difícil mesmo de engolir É essa aguardente de lágrimas  Que alaga Mas difícil mesmo de suportar  É essa dor crônica que me aperta Sem remédio  Mas difícil mesmo de viver É com essa vontade de ir embora Sem partir                              Wilson Borges