Vida à deriva As pedrinhas brancas De paz, harmonia e gratidão E as miçangas azuis De serenidade e zelo Chacoalham com leveza No seu tornozelo E me condenam a viver Agora é minha tornozeleira eletrônica Que me aperta no coração E quando saio do seu raio de luz Dispara um alarme de devaneio E na ausência da sua incerteza Me disperso em segredo E me contento em viver Assim estou à deriva no mar profundo Dos teus olhos E ali me tomei pelo gosto de naufragar E me afogar nas tuas mágoas calmas Pois no palco da vida em que ecoa seu pranto É que vive meu coração E vou nadando em busca de uma tempestade Que enfim me traga alguma paz Que eu fique pra sempre sem resgate Até a cortina baixar Wilson Borges