queria ser poeta

Culto ao profano sagrado Quero fundar uma Igreja Onde o vinho é tinto e seco Onde o pão é recheado E os fiéis vivem do desejo Quero fundar uma Igreja Que faz culto ao pecado Onde a cruz é sempre vermelha E se ora ajoelhado                           Wilson Borges                        

Novas fantasias e Velhos carnavais Estamos como em 2006 A água desce dos corpos, dos olhos e do céu E mais litros e litros de cerveja Formam metros cúbicos quadrados Como não se transpira Não se chora Não se chove Ou se bebe mais Em fevereiro Tem Love Store Tem republica socialista Meio pós moderna Tem ceciliers procurando Um lugar pra lamentar Escondidinhos e escancarados Como em 2006 Fantasias que são outras Velhos carnavais que vivem de novo Muita chuva e muito choro Muita luta e muito esforço Folia e alvoroço Exatamente como em 2006 E somente você e eu Em meio a tanta gente nas luas Milhões de pessoas na cidade Apenas nós dançamos na chuva Sabendo que estamos de verdade Como em 2006                           Wilson Borges

Para Stella Maris Rezende Era uma poesia Estranhumana Com toda certeza Podia ser rasgada E despedaçada pra sempre Mas enquanto vivia Brilhava                         Wilson Borges

Amor passado presente futuro Acabamos de nos conhecer Cerca de quinze anos atrás Mas é seguro dizer Que certamente tem mais Talvez sejam trinta e oito Ou quem sabe uns trinta e cinco Não descarto que sejam cem Nem que sejam mais de mil O importante é poder te dizer Que agora eu te encontrei E que você é meu passado, presente E futuro                           Wilson Borges

Eclipse platônico Com minha melancolia Vivo na lua Mas em seu lado escuro Com seu sorriso que ilumina Você também vive na lua Mas em seu lado que brilha Qualquer dia A gente se encontra E todo mundo vai saber Como se explica um eclipse                         Wilson Borges

Obsessão Alguns dirão Que eu tenho obsessão Pela Lua Mas já me defendo Não é culpa minha E também não é culpa sua A verdade É que a gente não se perde Andando na rua A gente se esquece Das dores da vida Morando na lua                 Wilson Borges

Chove chuva Sol vermelho Lua amarela Poesia com cheiro Da manhã que desperta Sol amarelo Lua vermelha Versos em farelos Noite que incendeia Eclipse de ironia Espécie de fuga Estou pensando nos dias E olhando pra chuva             Wilson Borges